"A vida é uma peça de
teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva
intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos".
Charles Chaplin (1889-1977)
A terrível capacidade de se acostumar as
mais bizarras situações da vida é indubitavelmente uma característica do ser
humano. A facilidade em assimilar o vírus mortal chamado mediocridade tem cooperado
substancialmente para corromper os valores. A triste certeza de que muitos
nunca vão conseguir ser mais do que agora são, dói no mais profundo das
faculdades intelectuais.
A mediocridade não é uma fase da vida, mas
sim um estilo de vida. Os adeptos a esta maneira de ser desconhecem as palavras
crescimento, evolução, amadurecimento, correção, aperfeiçoamento ou qualquer
outra do gênero. Como disse Hamilton Verneck: “quem se rende a tentação do
ninho jamais aprende a voar; quem não se aventura pelos mares, verá o casco de
seu barco apodrecer em plenos cais; quem não ousar na vida profissional, ficará
superado porque não foi capaz de dialogar com as mudanças que o tempo
ofereceu”.
A mediocridade é uma desculpa que tem a
aparência de humildade. A característica mais notável da luz é a formidável
capacidade de desnudar a escuridão. Só pode notar a escuridão que se vive
quando se permite que a luz seja superior. A sorte não existe quando se entende
que a oportunidade e a capacidade são resultantes de uma busca intencional.
A mediocridade é uma doença, uma doença sem
dor e sem sintomas visíveis. Contudo, mata espiritual, emocional, ministerial e
profissionalmente um grande número de pessoas. Orison Swett Marden certa feita
disse: “o início de um hábito é como um fio invisível, mas a cada vez que o
repetimos o ato reforça o fio, acrescenta-lhe outro filamento, até que se torna
um enorme cabo, e nos prende de forma irremediável, no pensamento e ação”.
O pior de todos efeitos colaterais da
mediocridade é a hilária desculpa de culpar outros pelos fracassos próprios. O
tempo não faz as pessoas se tornarem medíocres, apenas revela o que de maneira
nenhuma pode esconder, o caráter.
Assim e simplesmente,
Vinicius Seabra | vs.seabra@gmail.com
[escrito em 09 de Outubro de 2004]