sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Mudando as mudanças


"Aceitar-me plenamente? É uma violentação de minha vida. Cada mudança, cada projeto novo causa espanto: meu coração está espantado”.
Clarice Lispector (1920 – 1977)

O extremismo humano é uma característica assustadora que, ironicamente, cada vez mais tem caracterizado a modernidade tardia. A falta de equilíbrio e a ausência de fundamentação (enraizamento) têm conduzido incontáveis pessoas a viverem inúmeras crises de identidade, ou pelo menos denuncia uma busca por identidades. Categoricamente pode-se ponderar que alguns vivem no comodismo, outros no modismo e ainda existem alguns que se constroem a partir dos alicerces no mudancismo (neologismo apropriado para conceituar os apaixonados por mudanças - de qualquer gênero, razão ou por pura diversão). Os adeptos ao mudancismo são aqueles que mudam tanto que sempre acabam voltando para o mesmo lugar - mesmo que não percebam e não queiram.

As mudanças fazem parte da jornada de qualquer um. As mudanças são necessárias. Entretanto, é válido arrazoar que tanto o viver acomodado quanto o orbitar irracionalmente na arte de sempre mudar são raízes do mesmo mau, quase sempre caracteriza apenas como um modismo temporal. Então, percebe-se notoriamente uma guerra político-teórica-praxiológica entre ambos, disputando algo que jamais pertencerá a nenhum dos dois grupos. Busca-se a singularidade, mas se todos fazem, perde-se. Procura-se originalidade, mas se é influenciado por outrem, confunde-se. Necessita-se de identidade, mas somos seres inconclusivos, muda-se. Por esta razão, tomar uma decisão, ainda que conscientemente errada, só para diferenciar dos demais é aderir ao movimento do mudancismo.

É preciso caminhar mudando as mudanças para não viver acomodado com as mudanças. Mesmo que ainda o que reste é incorporar o estado de “agentes de mudanças”, como que num soluço existencial tateando superar a crise de identidade e/ou a carência afetiva (e efetiva). Portanto, mudar não deve fundamentar a vida. Contudo, faz-se necessário fundamentar as mudanças da vida – mesmo sabendo que há uma incompletude de saber o que a nós acontece. É impreterível que imerja-se nas mudanças a partir de um por que, mesmo que não se tenha um porquê. Seguir mudando sempre é acomodar-se com as mudanças, e sendo assim perde-se a bela singeleza das mutações tão altivamente defendidas. Ao acostumar-se em nunca ser corriqueiro percebe-se, um dia desses, que sutilmente apenas aderiu-se a rotina de não ter rotinas – mudancismou-se a si mesmo.

Nunca entenderemos efetivamente o valor das mudanças com as quais aderimos tão calorosamente, porém uma coisa é intransponível por nossa ignorância: não conseguimos ser os mesmos mais que um milésimo de segundo consecutivo. Então, mudar é natural e inerente a vida, não precisamos forçar os tempos, acreditando sermos construtores de nossas próprias histórias inéditas. Reconheçamos que somos tipo uma jangada existencial num incerto mar enfurecido. Sendo assim, mudanças virão (e que sabe até alguns viram), não precisamos aderir ao mudancismo para reafirmar nossa autonomia antropológica. Somos seres mudáveis por definição.

Assim e simplesmente,
Vinicius Seabra | vs.seabra@gmail.com
[escrito em 15 de Junho de 2005]

terça-feira, 2 de setembro de 2014

O percurso teórico-metodológico de Karl Marx na obra “O Capital”


"O desafio da modernidade é viver sem ilusões, sem se tornar desiludido".
Antonio Gramsci (1891 - 1937)

Karl Heinrich Marx era filho de Hierschel Marx e Henrietta, era casado com Jenny von Westphalen. Marx nasceu em 05 de Maio de 1818, em Tréveris, Alemanha. Em 1835 Marx ingressou na Universidade de Bonn, na Alemanha, para estudar Direito. Posteriormente se transferiu para a Universidade de Berlim, também na Alemanha. Doutorou-se em 1841 com uma tese sobre as diferenças da filosofia da natureza em Demócrito e Epicuro. Logo no início de sua trajetória intelectual propôs um caminho que tentasse combinar o materialismo de Ludwing Feurbach com a dialética de Hegel.

Marx, em 1842, se tornou redator-chefe da Gazeta Renana (Renânia, região do oeste da Alemanha). Contudo, devido a Revolução de 1848, Karl Marx é forçado a abandonar o jornalismo na Alemanha, mudando-se para a Inglaterra. As suas principais idéias e investigação foram, entre outras: modo de produção, mais-valia, acumulação primitiva, alienação, materialismo histórico, ideologia, luta de classes, materialismo dialético. É válido ressaltar conforme SAVIANI, LOMBARDI, SANFELICE (2006, p.53): "A partir de 1843 até seus últimos textos que são de 1879, 80 – nos últimos três anos Marx não produziu nada, na verdade a partir de 1875 se registra uma curva decrescente da sua produtividade – a partir de 43, há uma unidade na obra marxiana. E essa unidade é dada pelo objeto de investigação. Que objeto é este? A gênese do desenvolvimento e as possibilidades de crise da ordem burguesa. Esse é o objeto de Marx".

Karl Marx veio a falecer em 14 de Março de 1883, em Londres, Inglaterra. Contudo, seu legado histórico e bibliográfico influenciaram fortemente grandes escritores posteriores, a saber: György Lukács, Jean-Paul Sartre, Antonio Gramsci, Leon Trótski, Karl Kautsky, entre outros.

As principais obras de Karl Marx são: Para a crítica da economia política (Título original: Zur Kritik der Politschen Ökonomie - Ano: 1859), População, crime e pauperismo (Título original: Population, crime and pauperism - Ano: 1859), Salário, preço e lucro (Título original: Value, Price and Profit - Ano: 1865), O Capital: crítica da economia política - Livro I: O processo de produção do capital (Título original: Das Kapital: Kritik der politschen Ökonomie - Erster Band: Der Produktion Prozess des Kapitals - Ano: 1867) [Nos anos seguintes, até a morte de Marx, ele se dedicou a escrever os outros volumes d'O Capital, que foram publicados postumamente por Engels], Crítica do Programa de Gotha (Título original: Kritik des Gothaer Programms - Ano: 1875).

A vida e obra de Karl Marx, apesar de ser complexa por ocasião dos temas por ele abordados, não é de todo “difícil”, pois como afirma GRESPAN (2008, p. 08): “Marx queria ser entendido”. E, acrescenta: “fazia parte de sua [Marx] teoria que ela pudesse cooperar na transformação das condições da sociedade capitalista” – destaque do autor. Por esta razão, Marx empenhou sua vida para demonstrar que o Capitalismo é um sistema autodestrutivo, posição esta encarnada de forma tão radical em seus escritos que, contemporaneamente, NÓVOA (2007) rendeu-lhe o título de: “Incontornável Marx”.

Baseado nas obras publicadas de Marx pode-se asseverar que a metodologia que ele usa perpassa a percepção de que a sociedade só pode ser compreendida a partir das bases materiais e econômicas. Por isto, SAVIANI, LOMBARDI, SANFELICE (2006, p.57) consideram: "para ele [Marx] o conhecimento teórico é necessariamente conhecimento político. A determinação essencial é que a crítica das condições da produção da vida material é somente o ponto de partida para a reprodução teórica do movimento social". – destaque do autor.

Seguindo esta perspectiva, pode-se compreender a sociedade com base na constituição econômica da mesma, que fora chamada por Marx de infraestrutura – que é toda parte material da sociedade e suas relações materiais/mercantis advindas do processo de troca. Por esta razão, o método de Marx fora denominado de Materialismo Histórico-Dialético, que é um método de interpretação e cosmovisão da realidade a partir das implicações da práxis, isto é, da articulação da prática à teoria e da teoria à prática. Sendo que tal percepção é desenvolvida através de abstrações do pensamento e da atividade prática. Como afirma SAVIANI, LOMBARDI, SANFELICE (2006, p.56): "para Marx, a verdade é a coincidência, o encaixe, digamos assim, de uma representação teórica com um objeto que antecede, objeto não necessariamente material. O que distingue Marx dessa linha de continuidade é que o critério de verdade para ele não é um critério da consciência solipsista; é a prática social que aparece como critério de verdade. A questão da teoria, ou mais exatamente, da reprodução ideal do movimento real, remete diretamente à questão do método".

O método Materialista Histórico-Dialético tem como principal adjetivo o movimento do pensamento que perpassa pela materialidade histórica da vivência coletiva em sociedade. Dai a aceitação do princípio da contradição, que parte do estado empírico, passa pelo abstrato e se mostra visivelmente no concreto. Por esta razão assevera ALCÂNTARA (2007, p. 61): "A dialética marxiana é uma herança direta da visão hegeliana acerca da história. A diferença é que, como o próprio Marx afirma, ele realiza uma inversão da espiral hegeliana. Ao falar em dialética Hegel buscava estabelecer a idéia de que o movimento da consciência não é estável e seguro, mas sim contraditório e conflituoso, tal com é a própria realidade. Então o desenvolvimento histórico aconteceria com base em três momentos distintos que se sobreporiam, sendo eles, negação, conservação e síntese. Marx rompeu com o idealismo hegeliano, mas manteve a premissa de acordo com a qual a realidade firma-se sobre um contexto extremamente complexo, o qual contém elementos que ao entrarem em contradição promoveriam o desenvolvimento histórico e a mudança social de fato (...) A dialética, então, representaria a contradição e o conflito existentes na realidade social..."

A construção do termo Materialismo Histórico-Dialético, pode ser explicado da seguinte maneira: 1) Materialismo, pois para esta concepção filosófica a realidade tem como única causalidade a material, ou seja, a realidade existe independente da vontade ou consciência do homem. Desta maneira a realidade não está contida num idealismo, nem no mundo das idéias metafóricas e/ou metafisicas. 2) Histórico, pois a realidade não é linear, isto permite a historicidade (evolução e construção) de um modo de produção que ocorre a partir do desenvolvimento das forças produtivas e das lutas entre as classes em cada período histórico. E, 3) Dialético, pois a realidade é composta pelo meio e pelo sujeito, e há uma reciprocidade entre este dois elementos, que se dialogam e se contradizem durante toda a existência produzindo transformações históricas “inacabadas” (mutáveis).

Como acrescenta KONDER (2006, p. 85): "(...) era porque a história se caracterizava como um processo contraditório de autorealização e desrealização prática do ser humano, um processo que englobava toda a realidade dos homens, que se tornava imperioso examinar criticamente o presente como história. E era porque, segundo a nova concepção materialista da história, o conflito entre o caráter social da produção e o caráter privado da apropriação capitalista se tornara o centro da história contemporânea, que passava a ser absolutamente necessário escrever O Capital".

O tradutor Gabriel Deville, no prefácio a tradução d’O Capital (versão condessada, publicada pela Editora EDIPRO, 2008), explica sobre a metodologia marxista ponderando que: "...estudo dos fenômenos sociais, baseando-se na única concepção real: na concepção materialista. Não preconizou um sistema mais ou menos perfeito do ponto de vista subjetivo: examinou escrupulosamente as causas, agrupando os resultados das suas investigações e tirando delas conclusão, que tem sido a explicação científica da marcha histórica da Humanidade, e em particular do período capitalista que atravessamos. A história, afirmou Marx, é apenas uma história da guerra de classes".

A obra O Capital foi publicada em setembro de 1867 (apenas o Volume I ou Livro I), os dois outros Volumes (Livros) foram publicados por Friedrich Engels após a morte de Karl Marx. Estruturalmente a obra final ficou disposto da seguinte maneira: Livro 1 - o processo de produção do capital, 1867; Livro 2 - o processo de circulação do capital, 1885; Livro 3 - o processo global da produção capitalista, 1894. Karl Kautsky, após a morte de Engels, publica o Livro 4 - Teorias da mais-valia, 1905. Tempos depois, em Frankfurt, 1969, fora publicado o Capítulo VI inédito de O Capital, texto aparentemente excluído por Marx do Volume I.

A divisão temática d’O Capital (em três tomos) pode ser feita da seguinte maneira: Volume 1: O processo de produção do capital (Mercadoria e dinheiro, Transformação do dinheiro em capital, Mais-valia absoluta e relativa, Salário e Processo de acumulação. Volume 2: Processo de circulação do capital. Volume 3: Processo global da produção capitalista (Lucro e taxa de lucro, Capital comercial, Juros e crédito, Renda da terra, Revenues [rendimentos ou receita]).

Para fins didáticos serão pinçado apenas alguns temas dentro do escopo d’O Capital com fins de comprovação da coerência teórico-metodológica empregada por Marx. Para tanto, iniciaremos a análise do percurso pelo Capítulo I, sob o título “A Mercadoria”, onde Karl Marx (1983, p.45) de imediato explica as bases embrionárias do que será investigado: "A riqueza das sociedades em que domina o modo de produção capitalista aparece como uma imensa coleção de mercadorias e a mercadoria individual como sua forma elementar. Nossa investigação começa, portanto, com a análise da mercadoria. A mercadoria é, antes de tudo, um objeto externo, uma coisa, a qual pelas suas propriedades satisfaz necessidades humanas de qualquer espécie".

Na perspectiva de Marx a mercadoria é a célula básica de uma sociedade capitalista. Isto se dá, pois a mercadoria é o elemento mais visível do Sistema do Capital. Sendo que a partir desta visibilidade se cria o relacionamento das pessoas com a mercadoria, estabelecendo contato direto com o Capitalismo. Tendo em vista que todos, nesta Sociedade do Capital, têm contato com a mercadoria, quer seja vendendo a força de trabalho, quer seja comprando força de trabalho.

A mercadoria representa um valor referente a uma quantidade de trabalho humano, sendo o valor de uso representação do quanto a mercadoria satisfaz uma necessidade humana ou desejo. E a partir destas representações se dá o valor de troca, que é quando uma mercadoria é trocada por outras mercadorias. O preço dado na relação de troca é a expressão monetária do valor de troca. Sendo que o valor de troca da mercadoria está correlacionado com a intensidade da força de trabalho empregado na mesma.

Marx quis mostrar que a relação visível que as pessoas têm com a mercadoria é um processo de alienação, o que produz um fetiche, como pondera MEKSENAS (2005, p. 83,84): "Somos levados a pensar que as mercadorias têm qualidades próprias, que o dinheiro possui um poder de compra que é mágico. Isto se deve ao fato de que, no processo de troca, as mercadorias se equivalem fazendo com que o valor não apareça aos nossos olhos, dando a impressão de que o valor de troca não seja manifestação do valor e sim a manifestação das leis de oferta e procura. Essa inversão de sentidos, Marx denominou de fetiche das mercadorias, e consiste basicamente em dar a impressão de que as relações sociais de trabalho são apenas relações sociais entre mercadorias".

A mercadoria no Sistema Capitalista também pode agregar o processo de reificação (LUCKÁS, 1989) ou coisificação, que é quando o próprio trabalhador se transforma em mercadoria Por isto, WHEEN (2007, p. 20) afirma: "Aqui, ainda embrionária, está a idéia básica do Capital. Por mais gloriosos que pareçam os triunfos econômicos, o capitalismo permanece um desastre, uma vez que transforma as pessoas em mercadorias intercambiáveis por outras mercadorias. Até que os homens possam se afirmar como sujeitos da história, e não como objetos, não há modo de escapar a essa tirania".

O termo alienação fora largamente difundido por Karl Marx, especialmente na obra O Capital, demonstrando que a alienação se dá tanto no processo de troca das mercadorias, quanto no processo produtivo propriamente dito, impedindo que os seres humanos sejam efetivamente livres (SINGER, 1980). As fontes propostas por Karl Marx sobre alienação foram resultados das leituras sobre Hegel. Para ambos teóricos, a alienação está condicionada ao trabalho, porém Marx sugere que o trabalho ao invés de realizar as pessoas, faz o contrário, as escravizam (exploração). Sendo assim o trabalho não humaniza os envolvidos no processo produtivo, mas sim os desumanizam e desconstroem suas percepções sociais.

Para Marx a alienação econômica se dá de duas maneiras: 1) atividade fragmentada – que desfigura (despersonifica) o trabalhador por meio da divisão do trabalho especializado perdendo a noção do trabalho total exercido coletivamente; e, 2) produto apropriado por outros – o trabalhador tem a riqueza gerada pelo seu próprio trabalho tomada pelos donos do capital, pelo que fora chamado de trabalho pago e trabalho não pago, sendo assim o trabalhador perde a capacidade de reconhecer o produto de seu trabalho, o que favorece a exploração (mais-valia).

O termo fetichismo proposto por Marx evoca a idéia de ressignificação do objeto ou mercadoria. Acontece quando o referido objeto/mercadoria torna-se representação de algo distinto do real. Marx observou que o valor dos produtos no mercado não dependia do esforço-trabalho empreendido, nem do material gasto para a produção, mas sim pelo valor social agregado a este. Para exemplificar isto Marx (1975) vale-se do relato bíblico sobre Moisés no Monte Sinai que após ir buscar orientação sobre como conduzir os judeus pelo deserto percebe que o povo se reorganizou e construiu um bezerro com o ouro que tinham para ser objeto de adoração. Este processo de “veneração” da mercadoria (HOLANDA, 1995) é que Marx chamou de fetichismo – que acontece quando as pessoas perdem a noção do que (e em que) acreditar (real).

Ao perpassar por estes tópicos d’O Capital, como fora exposto nesta seção, fica notório que Marx teve coerência teórico-metodológica, segundo os postulados do Materialismo Histórico-Dialético. Isto pode ser comprovado, pois para esta matriz do conhecimento a existência se reconhece a partir de uma realidade social que impreterivelmente é histórica, portanto em constante movimento de contradição (mudança, dialética). Sendo assim o marxismo ganhou destaque por fazer críticas ao positivismo, pois a dialética marxista questiona a estagnação da realidade e a figuração da mercadoria (material) nas relações. Como acrescenta GRESPAN (2008, p. 09, 82): "A dialética reproduz o movimento contraditório pelo qual algo se apresenta como o inverso do que é (...) a dialética revelaria que, por trás da aparente diversidade das coisas, se oculta o oposto (...) a dialética tem função crítica de revelar a desigualdade social na base da igualdade de todos... [a teoria de Marx é] adequada ao mundo contraditório e mutante que é seu objetivo, a teoria de Marx possui plasticidade que o mantém vivo, a despeito de ter a sua morte tantas vezes decretada".

Karl Marx foi um dos grandes pensadores do século XIX capaz de perceber o ciclo contraditório da vida capitalista e suas relações de troca. E foi a partir destas percepções que Marx propôs O Capital, sendo uma de suas obras de maior destaque até a contemporaneidade, um verdadeiro Magnum Opus. Para construir o trajeto metodológico de sua investigação/comprovação, Karl Marx valeu-se do que ficou conhecido como Materialismo Histórico-Dialético, corrente filosófica que admite a historicidade da realidade a partir de ciclos não lineares, ponderando sobre suas contradições essenciais e existenciais.

A obra O Capital merece destaque por tracejar a realidade social capitalista e desnudar a derrocada do Capitalismo por ocasião do seu inerente desiquilíbrio lógico. O acúmulo de capital, a exploração do trabalhador assalariado, o processo de troca das mercadorias, a alienação econômica, o mais-valia e o fetichismo são alguns destes sintomas que denunciam contra a sustentabilidade econômica e social do Capitalismo.

Assim e simplesmente,
Vinicius Seabra | vs.seabra@gmail.com
[escrito em 30 de Agosto de 2014]


::Referências Bibliográficas::
GRESPAN, Jorge. Marx. São Paulo: Publifolha, 2008.
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo, Companhia das Letras, 1995.
KONDER, Leandro. O futuro da filosofia da práxis. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
LUCKÁS, Georg. História e consciência de classe. Rio de Janeiro: Elfos, 1923.
MARX, Karl. O Capital. Tradução e condensação de Gabriel Deville. 3 ed. Bauru, SP: EDIPRO, 2008.
MARX, Karl. O Capital. V. I, tomo 1. São Paulo: Abril Cultural, 1983.
MARX, Karl. Capítulo inédito d’O Capital: resultados do processo de produção imediato. Porto: Escorpião, 1975.
MEKSENAS, Paulo. Aprendendo Sociologia – a paixão de conhecer a vida. 9 ed. São Paulo, SP: Edições Loyola, 2005.
NÓVOA, Jorge (org). Incontornável Marx. Salvador: EDUFBA, 2007.
SAVIANI, Dermeval; LOMBARDI, José Claudinei; SANFELICE, José Luís (orgs). História e história da educação. 3 ed. Campinas, SP: Autores Associados: HISTEDBR, 2006.
SINGER, Peter. Marx. São Paulo: Edições Loyola, 2003.
WHEEN, Francis. O Capital de Marx: uma biografia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2007.